Rua Leon Foucoalt, 70, Jd Edith. Cep 04576-090

Rua Leon Foucoalt, 70. Jd Edith.

Este foi meu primeiro endereço na Terra. Moramos nesta casa de 81 até 2000-2001. Estas foram as últimas imagens que fiz da casa antes de nos mudarmos. Aproveitando o tempo livre causado pela Quarentena, além das faxinas propriamente ditas, realizei uma limpeza também em meus e-mails e fotografias.

Encontrei nos e-mails negativos que Fernando Lucania, meu primo também fotógrafo, que me escaneou anos atrás. Pensei em breve fazer uma aula sobre como editar fotos antigas. Mas não consegui deixar de escrever sobre elas. Por isso vou registrar estes momentos que me surgirem ao olhar estas fotos.

Na primeira, o prédio do World Trade Center. Sim eu tomei um susto adicional no 11 de setembro ao ouvir que um avião se chocara com o World Trade Center. Pensei que havia batido no prédio meu vizinho e não nos Eua como de fato havia ocorrido.

Este prédio se ergueu sobre as costas da casa térrea. Do lado esquerdo o muro, casa do meu amigo melhor amigo Pedro. Ainda se vê ao pé da imagem, as telhas romanas do final da casa. Ali naquela edícula, que era usada de biblioteca repleta de tesouros, onde vi um computador e entrei na internet pela primeira vez.

A direita o beiral, que era muito usado nestas construções da década de 70. Bem ao fundo, o trecho onde ele cedeu devido a infiltrações constantes.

A segunda foto tem muita informação. Cada coisa dai me vem a memória. Algumas tristes. Outras orgulhosas. Saudades dos bichos que se foram. Poderia fazer uma sequência dos que puder. Vou deixando aqui nas palavras os links conforme for fazendo os textos.

Nela vemos os dois cachorros no portão. Huck e Pirata. Pirata porque tinha a marca no olho. Huck porque o Robin Willians tinha feito o filme Peter Pan e eu havia assistido nesta épocaao filme. Eu devia ter uns 10-12 anos quando eles vieram morar conosco. Era para escolher entre um e outro, mas acabamos ficando cada um com o seu. o Branco de meu irmão Eduardo e o Marrom, meu cachorro Huck.

Como se notam, os muitos sinais de descuido se faziam presentes em todos os locais da casa.

Desde o portão, que neste momento já estavam corroídos pelo xixi constante dos 2 cachorros dia após dia. Ele havia sido colocado a pouco tempo. O anterior, mais resistente e bonito.

Meu amigo Pedro, Sua irmã Silvia e Eu. Da direita par aa esquerda

Durante uma tempestade, a primeira que causou alagamentos que presenciei, nossa árvore caiu. Esta que está na foto do fusca. Ela faz moldura a minha pose esquisita.

A árvore devia ter mais de 5 Metros de altura. Tanto que quando caiu, atingiu um carro que estava estacionado do outro lado da rua. Gol quadrado azul do Dr Pai do Pedro. O Gol chegou a ser o primeiro carro do pedro, acho eu.

A árvore ficava entre uma casa e outra. Derrubou portão, metade do muro, entortou o portão de carros desfigurando a entrada. Lembro de quase uma semana até removerem a árvore da rua.

Na divisa dos terrenos, pendia para nossa porta. Então antes tínhamos um portão integral e outro de passagem. Um muro que vinha do lado esquerdo para o direito de aproximadamente 1 metro.

Por isso havia um poste de energia no meio da vaga de estacionamento à esquerda. Atrás deste muro, havia um jardim que minha mãe tinha muitas plantas e árvores, como um pé de figo e Romãs que davam muitas frutas.

No quintal do lado direito, atrás do cachorro marrom, há ainda na imagem sacos de entulho que não havíamos jogado fora. Minha casa sempre teve muita tralha encostada. Acostumar-se a manter coisas inúteis no caminho e se atrai a mais coisas entulhadas. Sistematicamente.

O proibido estacionar fui eu que fiz no meu emprego como aplicador de faixas e operador de computador.

Mas por fim, era uma casa muito boa de se morar. 2 Quarto, Sala, Cozinha e 1 banheiro. Nos fundos uma edícula com quarto cozinha e 1 banheiro. Ali morava minha avó Luiza.

Eu estou lendo um livro sobre os princípios herméticos, que são 7 e um deles é a lei da Causa e do Efeito. Ter nascido nesta casa me fez ser a pessoa que sou hoje. Tínhamos a casa mais humilde da rua. Mais humilde que a nossa, acredito que somente o terreno baldio. Mas sobre isso, nunca reclamei, pois tínhamos casa própria.

Pois a 2 quadras dali, crianças minhas colegas de escola moravam em barracos. Muitas vezes pagando aluguel por uma habitação sem esgoto ou telhado decentes. Tinha onde ver a pobreza me cercando. As paredes ruindo ou cheirando a bolor não nos incomodavam. Mas marcavam.

O descuido não era proposital. Como contei, ali moravam 2 mulheres e 2 crianças. Nenhum homem maduro. Ninguém que pudesse resolver certas questões de duas mulheres adultas. As crianças logo começaram a trabalhar, ajudar na manutenção ou mesmo nas tarefas diárias.

Mas crianças como o eram, dificuldades tinham para conseguir exercer funções as quais não tinham preparo. O cimentado não ficara perfeito. A pintura não se terminara. Os portões nunca foram fechados totalmente.

E talvez por isso tenham tido tanta dificuldade em crescer. Não fizeram seus caminhos por completo até a vida adulta. interromperam suas jornadas para terminar as de outros. E por fim, anos depois, aprendi a ver que deveria me colocar em meu lugar e deixar cada coisa em seu. Pena alguns não conseguirem fazer o mesmo e insistir em acumular o que não lhes pertence. Mas o tempo, tem de ser vivenciado.

E assim como esta casa me fez ser o que sou hoje, a minha lembrança dela me ajuda a crescer em minha caminhada. Ainda bem. Graças a Deus.

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